Secretário da Saúde alerta população para necessidade de vacinação

O secretário de Estado da Saúde de Goiás, Leonardo Vilela, chama a atenção da população e dos gestores municipais para o risco de criação de bolsões de crianças não vacinadas contra as doenças infecto-contagiosas. O alerta foi feito na manhã desta segunda-feira, 9, durante a apresentação das novas instalações da Central Estadual Rede de Frio da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), localizada no Bairro Santo Antônio. A reforma, readaptação e instalação de novos equipamentos possibilita o dobro da capacidade de armazenamento da Rede de Frio.

Na oportunidade também divulgou que o Centro de Referência em Imunobiológicos Especiais (Crie) do Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), da SES-GO atende em novas instalações. O Crie é responsável pelo atendimento ao público em geral que necessita de vacinas especiais de alto custo de rotina e em tempo integral nos casos de urgências.

Cobertura vacinal

Os bolsões de crianças desprotegidas contra as doenças infecto-contagiosas podem surgir devido à queda dos índices de vacinação. Leonardo Vilela informou que esta situação tem ocorrido não apenas em Goiás, mas em todo o País. Dados da SES-GO revelam que a cobertura vacinal contra caxumba, rubéola e sarampo – doenças protegidas pela Tríplice Viral – caiu de 108,94%, em 2008, para 68,2% neste ano. Já a cobertura vacinal conta a poliomielite, doença conhecida como paralisia infantil, despencou nos últimos 10 anos de 104,18% para 57,75%.

Na avaliação do secretário, a queda da cobertura vacinal está relacionada a uma série de fatores, entre os quais pleno êxito do Programa Nacional de Imunização (PNI) nas décadas passadas. Este fato, assinala Leonardo Vilela, fez com o Brasil tivesse avanço significativo na queda dos índices de mortalidade infantil. “As pessoas que hoje são pais ou responsáveis das crianças não tiveram contato com vítimas das doenças como o sarampo e a paralisia infantil. Não viram, por exemplo, menores morrerem em função do sarampo ou terem paralisia em função da poliomielite.” Essa questão, assinala Leonardo Vilela, contribui para que a população não tenha, hoje, consciência da necessidade da vacinação durante as campanhas e em caráter de rotina.

Iniciativas

Uma das iniciativas contra sarampo e pólio, já em execução, é o alerta aos gestores municipais e responsáveis pelas unidades de saúde localizadas em todo o Estado quanto à necessidade de intensificação do monitoramento de casos suspeitos das duas doenças. A outra medida é a realização da Campanha de Vacinação contra a Poliomielite e o Sarampo, programada pra ocorrer entre os dias 6 e 31 de agosto em todo o Estado.

As ações adotadas SES-GO têm como fundamento a ocorrência, neste ano, de surto de sarampo nos Estados de Roraima, Amazonas, Rio Grande do Sul e São Paulo, e o isolamento de um vírus da pólio (derivado vacinal tipo 3) em uma criança não vacinada contra a poliomielite na Venezuela, país que faz divisa com o Brasil. As duas doenças haviam sido  erradicadas no Brasil. “Porém, a situação é extremamente delicada e merece toda a atenção do poder público e o envolvimento da população”, alerta o secretário.

Vacinação

Leonardo Vilela convocou os pais e/ou responsáveis a levarem as crianças aos postos durante a Campanha de Vacinação contra a Poliomielite e o Sarampo, que acontecerá simultaneamente em todo o País entre os dias 6 e 31 de agosto. O Dia D – de divulgação e mobilização nacional – está agendado para 18 de agosto. A estratégia tem como objetivo manter elevada cobertura vacinal contra a poliomielite nos municípios, bem como vacinar os menores de 5 anos contra o sarampo e a rubéola.

A população alvo desta ação é composta por crianças de 1 ano até 4 anos 11 meses e 29 dias, correspondendo 364.626 em todo o Estado. A meta mínima a ser alcançada corresponde a 95% de cobertura vacinal contra poliomielite e sarampo. É imprescindível que os pais ou responsáveis levem, junto com suas crianças, a caderneta de vacinação para avaliação e registro.

Rede de Frio

Até o dia 20 de julho o Ministério da Saúde enviará 455.900 doses da vacina contra pólio e 437.600 da tríplice viral (caxumba, rubéola e sarampo) à SES-GO, para serem usadas na Campanha Nacional de Vacinação. Elas ficaram estocadas na Central Estadual de Rede de Frio. A CERF, totalmente reformada, é a estrutura física responsável pelo recebimento, armazenamento e distribuição dos imunobiológicos as 18 regionais de saúde e, posteriormente, aos municípios, assegurando a preservação de suas características originais. Foram investidos cerca de 260 mil reais na estrutura física da nova CERF. Outros 289 mil reais foram gastos com equipamentos, entre eles, câmara fria, gerador para a câmara fria, ar-condicionado e prateleiras, necessários para o bom funcionamento da unidade.

Crie atende em novo local

O Centro de Referência em Imunobiológicos Especiais (Crie) funciona desde o dia 4 de junho em novo local dentro do HMI. Anteriormente, o atendimento era feito em uma sala ao lado do Ambulatório de Ginecologia e agora a assistência à população ocorre em sala que antes abrigava o Laboratório de Patologia, ao lado da Farmácia, em espaço quatro vezes maior que o anterior, com 44 m².