Estado encerra campanha contra Influenza com doença sob controle

Municípios que ainda dispõem de vacinas e não atingiram a meta para alguns grupos prioritários continuam vacinando até 22 de junho, data estabelecida pelo Ministério da Saúde

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), encerra a Campanha de Vacinação contra a Influenza e as atividades do Comitê de Enfrentamento da Síndrome Respiratória Aguda Grave com a constatação de que as ações desenvolvidas em todo o território goiano produziram resultados extremamente positivos. Os registros feitos pela SES-GO apontam que os casos de Influenza A H1N1 em todo o Estado estão em queda acentuada, o que indica situação de controle.

O secretário de Estado da Saúde de Goiás, Leonardo Vilela, vincula o controle dos casos de Influenza A H1N1 à efetivação de iniciativas contínuas e pontuais. Desde a constatação dos primeiros casos e da confirmação do surto na Vila São José Bento Cottolengo, em Trindade, em março, foi desencadeada uma série de ações epidemiológicas, de manejo e controle da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Influenza A H1N1 e Vírus Sincicial Respiratório, tanto na entidade filantrópica, quanto no município de Trindade e em todo o Estado.

“Agimos prontamente para chegarmos ao controle da doença em Goiás”, assinala o secretário. Leonardo Vilela destaca como de extrema relevância no combate à Influenza A H1N11 o fato de o governador José Eliton ter solicitado pessoalmente ao Ministério da Saúde (MS) a antecipação da Campanha de Vacinação contra a Influenza em Goiás. Sensível à gravidade da situação, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, atendeu ao pedido do gestor goiano. A campanha teve início no dia 13 de abril, dez dias antes de a ação ocorrer nos demais Estados.

Meta superada

Entre os bons resultados proporcionados pelas ações está o fato de Goiás ter superado a meta de vacinação definida pelo Ministério da Saúde e estar em primeiro lugar em cobertura entre os Estados. Em Goiás, já foram imunizados 104.10% do público-alvo, um total de 1.765.999 pessoas vacinadas. Embora a campanha tenha se encerrado no Estado, os municípios goianos que ainda dispõem de vacinas em estoque e que não atingiram a meta para alguns grupos prioritários – como gestantes e crianças de 6 meses a menores de 5 anos – vão continuar vacinando até o dia 22 de junho, data estabelecida pelo MS.

A gerente de Vigilância Epidemiológica da SES-GO, Magna Maria de Carvalho, explica que a sazonalidade do vírus Influenza em Goiás – período típico de aumento na circulação de determinado agente – aconteceu antes que nos demais Estados. “Não há como não termos casos de influenza. O vírus tem circulação mundial e, embora haja um aumento de casos no inverno, em Goiás os casos são registrados durante todo o ano, com pico geralmente no outono”, explica Magna Carvalho. “O que faz a diferença é o preparo para atender os pacientes, estarmos atentos e disponibilizarmos medidas de prevenção e assistência à população”, acrescenta.

Leonardo Vilela lembra que na Vila São Bento Cottolengo, onde foram notificados os primeiros casos da doença e a posterior constatação de surto, foram adotadas as medidas fundamentais como vacinação de pacientes e funcionários, qualificação das equipes, assistência às pessoas que apresentavam a doença, isolamento dos internos em uma ala específica e suspensão das visitas de familiares, amigos e população em geral à entidade filantrópica.

O Governo de Goiás, por meio da SES-GO, também supriu os municípios com medicamentos antivirais, para atendimento das pessoas que apresentavam sintomas característicos da doença; efetivou uma logística de distribuição de vacinas, medicamentos e insumos de forma efetiva; organizou e abasteceu o Laboratório Estadual Central de Saúde Dr. Giovanni Cysneiros, referência no Estado para a realização dos exames que confirmam ou descartam das notificações da influenza, e disponibilizou leitos de retaguarda nas unidades públicas para a internação das pessoas com Influenza A H1N1.

Qualificação dos profissionais

Além de Goiás ser o único Estado onde ocorreu a antecipação da vacinação, Leonardo Vilela enumera que a SES-GO promoveu a qualificação dos profissionais envolvidos direta e indiretamente na campanha e desenvolveu uma estratégia de comunicação eficiente e transparente com toda a população.

Todas essas medidas, assinala Leonardo Vilela, contribuíram para o controle dos casos de SRAG, para a diminuição das notificações nas últimas semanas, para a estabilização do quadro e para a superação da meta da Campanha de Vacinação contra a Influenza.

Número de casos

Os registros da SES-GO mostram que desde a 14ª Semana Epidemiológica (SE) deste ano, em 7 de abril, foram notificados 186 casos de SRAG, dos quais 59 por Influenza A H1N1 (31,3%). O número de registros está em queda desde então. Na SE 21, em 26 de maio, foram notificados 29 casos de SRAG, dos quais 6 por Influenza A H1N1 (20%). Tais dados já demostram o resultado positivo da antecipação da vacinação. O menor número de óbitos é consequência de todo o alerta dado, ocasionando o diagnóstico precoce e tratamento dos pacientes, resultado da percepção de sazonalidade anterior goiana, em relação ao restante do país.

Esse quadro epidemiológico da SRAG foi apresentado na última reunião do Comitê de Enfrentamento à Influenza no dia 30 de maio. No encontro, foi feita a apresentação final do surto de Influenza A (H1N1) e Vírus Sincicial Respiratório na Vila São José Bento Cottolengo; apresentada a situação atual de SRAG/Influenza no Estado e realizadas avaliações sobre as medidas adotadas, lições aprendidas e perspectivas da vigilância quanto à sazonalidade do vírus Influenza em Goiás. O monitoramento de SRAG/Influenza é contínuo no Estado e o Comitê é sempre acionado frente a situações de aumento de casos.