Nesta sexta-feira, 11 de agosto, aconteceu o Curso Intersindical em Saúde do Trabalhador, no qual estiveram presentes trabalhadores da saúde, representantes de entidades sindicais, de conselhos e de universidades.

O curso foi ministrado pelo pesquisador em Direitos Humanos, Saúde e Diversidade Cultural da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Luiz Carlos Fadel. Em sua exposição, ele informou que os registros dos trabalhadores com carteira assinada indicam que por ano cerca de 700 mil pessoas são afetadas por doenças relacionadas ao trabalho. As notificações também evidenciam que aproximadamente 3 mil trabalhadores morrem anualmente pelas enfermidades ocupacionais.

Luiz Carlos Fadel caracteriza os dados como “calamidade pública”, tendo em vista que nenhuma outra doença no Brasil atinge este patamar. Ele destaca que os registros não abrangem toda a realidade, tendo em vista que não incluem os trabalhadores que não têm carteiras assinadas, como cooperados e autônomos. “É imprescindível que a vigilância em saúde do trabalhador seja feita de forma ostensiva”, enfatiza o pesquisador.

A realização do Curso Intersindical em Saúde do Trabalhador representa um passo significativo para a atenuação desse grave problema. O curso foi proposto durante a primeira reunião do Fórum Intersindical Saúde, Trabalho e Direito, realizada no dia 14 de julho, na qual estiveram presentes agentes comunitários de saúde, representantes da Federação dos Trabalhadores da Indústria do Estado de Goiás, da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar e do Sindicato dos Trabalhadores no Sistema único de Saúde, entre outras entidades.

A gerente de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, Tânia Vaz, acentua que com o Fórum Intersindical Saúde, Trabalho e Direito, a Suvisa busca promover um espaço público de discussão e diálogo, em um compartilhamento de saberes, como um exercício da democracia e uma articulação privilegiada na construção de políticas públicas com os representantes da sociedade civil nas ações de vigilância em saúde do trabalhador. “Procuramos escutar as demandas trazidas pelos membros das entidades e buscar soluções para a melhoria da qualidade de vida do trabalhador”, destaca. As intervenções nos problemas de saúde detectados são feitas por meio de elaboração e execução de projetos específicos.