Com supervisão da Emater, pequeno produtor investe em gado de cria com inseminação artificial para aumentar rentabilidade

Evidenciando a importância do serviço de assistência técnica, um pequeno produtor do município de Santa Rosa de Goiás é um dos pecuaristas do estado que buscam o Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), para tecnificar a produção e aumentar a rentabilidade na propriedade. Com o intuito de especializar-se em gado de cria, Fausto Muniz Fernandes procurou um profissional da unidade local do órgão, que deu início ao processo, realizando na última semana inseminação artificial (IA) em 50 novilhas.

O técnico em agropecuária Raimundo Alves de Morais, responsável por acompanhar os trabalhos desenvolvidos na fazenda, explicou que o objetivo da inseminação é aumentar a taxa de prenhez e sincronizar a gestação para que o produtor possa vender todos os bezerros na mesma época. Pesquisas apontam que a taxa de prenhez é de 60 a 61% utilizando a tecnologia de inseminação artificial em tempo fixo (IATF), que consiste na inseminação de um grupo grande de bovinos em um mesmo período de tempo, podendo ultrapassar os 90% após duas ressincronizações.

A história de Fausto com a Emater começou há aproximadamente três anos, quando o engenheiro civil resolveu aproveitar a aposentadoria para morar em um sítio. “Sou da área de construção civil e nunca fui pecuarista, então não tinha nenhuma experiência com gado. A Emater está comigo desde o início, tenho 62 anos, não tenho muito tempo para cometer erros”, brincou o produtor.

A chácara Santa, como foi batizada, possui seis alqueires e 85 novilhas. Os primeiros procedimentos executados foram a recuperação de uma área acometida por voçoroca, ou seja, formação de grandes buracos de erosão, e o reflorestamento de uma nascente, aumentando o fluxo de água que alimentava uma represa no local. O técnico da Emater contou que inicialmente acharam melhor trabalhar com sistema de engorda, uma das fases finais da pecuária, que prepara o gado para o abate.

“O touro de uma propriedade vizinha pulou a cerca, invadiu a fazenda e emprenhou uma das vacas. A transição para a prática de criação aconteceu, portanto, por uma questão de emergência”, explicou. Apesar da origem incidental, o especialista esclareceu que a inseminação artificial irá trazer vários benefícios, aumentando a produtividade e, por conseguinte, a renda do produtor. Antes, a comercialização era feita a cada 90 dias.

Além da rentabilidade, o pecuarista atentou para outra mudança importante. Segundo Fausto, o trabalho de engorda pode ser mais dispendioso e, após machucar a costela, foi preciso simplificar a rotina. “Penso que a cria pode ser tão rentável quando a parte de engorda e com um trabalho mais fácil”, disse. Ele destacou ainda a importância da Emater: “[A Agência] busca sempre caminhos que ofereçam maior custo-benefício e que não onerem o pequeno produtor”.

Interesse
O técnico em agropecuária da Emater ressaltou que é fundamental que os produtores rurais estejam abertos a implementação de novas tecnologias, como é o caso de Fausto. De acordo com Raimundo, mesmo que a metodologia de inseminação artificial seja pouco difundida na região, o número de produtores interessados tem aumentado. “Muitos viram que os resultados são reais e estão nos procurando”, disse. A unidade local conta, inclusive, com um curso de inseminação voltado para pequenos produtores.

Em Santa Rosa, o procedimento foi feito também com outro pecuarista, Miguel Rezende. Em sua propriedade, dez vacas foram inseminadas e nove ficaram prenhas. “O pessoal aqui na cidade utiliza essa tecnologia muito esporadicamente, mas com casos de sucesso como esses, estão enxergando o impacto positivo trazido pela assistência técnica”, concluiu.

Conforme levantamento da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), o mercado de genética no Brasil tem vivido anos cada vez mais prósperos. Em 2019, foram comercializadas mais de 18 milhões de doses de sêmen bovino. A expectativa para este ano é ultrapassar a marca de 22 milhões, o que representaria um crescimento de 22 a 24%.

Tecnologia
Inseminação artificial é, por definição, a deposição mecânica do sêmen no aparelho reprodutivo da fêmea por meio de instrumentos especialmente voltados para esse processo. O procedimento é considerado a biotecnologia de reprodução assistida que causa o maior impacto em programas de melhoramento animal, devido a sua eficiente forma de dispersão de genes de animais de mérito genético superior.

Na pecuária, o rendimento econômico está fortemente ligado ao sistema de reprodução, já que a produção de animais e do próprio leite depende primariamente dele. Assim, quanto mais eficaz for o sistema reprodutivo, maior será o retorno econômico.

O último relatório Index Asbia indica que a IA está presente em 57% dos municípios brasileiros, o que corresponde a 3.270 cidades. Como apontam estudos, o aumento do mercado de IA no país ocorreu simultaneamente com a introdução da tecnologia de IATF nas fazendas. Segundo dados da Universidade de São Paulo (USP), em 2018, o número de IATF alcançou 13,3 milhões de procedimentos, indicando que 86% das inseminações foram realizadas por essa técnica no Brasil.

A inseminação artificial traz vantagens como melhoramento do rebanho em menor tempo e a um baixo custo, controle de doenças (que poderiam ser transmitidas pela monta natural), possibilidade de realizar cruzamento entre raças, prevenção de acidentes com o gado, aumento do número de descendentes de um reprodutor, padronização do rebanho e redução das dificuldades durante o parto.

Informações da Emater.

Comunicação – Contatos da Seapa, Agrodefesa, Ceasa Goiás e Emater
Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa): (62) 3201-8925
Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa): (62) 3201-3546
Centrais de Abastecimento do Estado de Goiás (Ceasa Goiás): (62) 3522-9000
Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater): (62) 3201-8767

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