Leishmaniose Tegumentar Americana

A leishmaniose tegumentar americana – LTA ou “ferida brava ou úlcera de bauru” é uma doença infecciosa, não-contagiosa, causada por protozoário do gênero Leishmania, de transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas, tendo como reservatórios marsupiais e roedores, como a preguiça, o tamanduá. O cão doméstico não é reservatório da LTA, sendo acidentalmente infectado e podendo ter cura espontânea da doença, não sendo necessárias medidas de controle (inquérito ou eutanásia). Será apenas um sentinela da ocorrência da transmissão da doença na localidade. A transmissão se da por pela picada várias espécies de flebotomíneos (mosquito palha, cangalhinha, etc.), principalmente do gênero Lutzomyia. O período de incubação no homem, em média de 2 meses, podendo apresentar períodos mais curtos (duas semanas) e mais longos (dois anos). A susceptibilidade é universal. A infecção e a doença não conferem imunidade ao paciente. As lesões podem ser cutâneas (na maioria das vezes) apresenta-se como uma lesão ulcerada única e se caracteriza por bordas elevadasem moldura. Ofundo é granuloso, com ou sem exsudação, geralmente indolores. A forma cutânea disseminada caracteriza-se por lesões ulceradas pequenas, às vezes acneiformes, distribuídas por todo o corpo (disseminação hematogênica); e lesões mucosas geralmente secundárias às lesões cutâneas, surgindo normalmente meses ou anos após a resolução das lesões de pele. Às vezes, porém, não se identifica a porta de entrada, supondo-se que as lesões sejam originadas de infecção subclínica. São mais acometidas as cavidades nasais, faringe, laringe e cavidade oral. As queixas mais comuns no acometimento nasal são obstrução, epistaxes, rinorréia e crostas; da faringe, odinofagia; da laringe, rouquidão e tosse; da cavidade oral, ferida na boca.

EXAMES

Pesquisa direta - primeira escolha. Procedimentos: escarificação, biópsia com impressão por aposição e punção aspirativa.

 Intradermoreação de Montenegro (IDRM) - Em áreas endêmicas é um método pouco confiável, a IDRM positiva pode ser LTA anterior ou aplicação anterior de antígeno de IDRM, infecção sem doença, alergia ao diluente ou reação cruzada com outras doenças.

Após a cura clínica, a IDRM pode permanecer positiva por vários anos sendo de limitado valor para o diagnóstico de reativação. Pacientes com leishmaniose mucosa apresentam geralmente IDRM exacerbada, com vesiculação, podendo ulcerar e necrosar. Na forma cutânea difusa a IDRM costuma ser negativa.

Histopatologia – A biópsia pode ser feita com “punch” ou em cunha com o bisturi. Nas lesões ulceradas deve-se preferir a borda íntegra da lesão. Limpar o local a ser biopsiado com soro fisiológico. Colocar o fragmento em formol a 10%.

TRATAMENTO

A droga de primeira escolha para tratamento de lesões cutâneas e/ou mucosas é o antimoniato de N-metilglucamina, em frascos de 5 ml com 81mg de antimônio por cada ml. Prescrever cuidados locais de acordo com o aspecto da lesão. Se não houver cicatrização completa em até 12 semanas após o término do primeiro esquema de tratamento, repetir o esquema apenas uma vez, por 30 dias. Em caso de não resposta, encaminhar o paciente para o serviço de referência.

 

  • Esquema terapêutico preconizado para as diversas formas clínicas de LTA, segundo OMS e Ministério da Saúde

Forma Clínica

Dose

Tempo de duração mínimo

Leishmaniose Cutânea

 

10 - 20mg/Sb+5/kg/dia (Recomenda-se 15mg/Sb+5/ kg/dia)

20 dias

Leishmaniose Difusa

20mg/Sb+5/kg/dia

30 dias

Leishmaniose Mucosa

20mg/Sb+5/kg/dia

30 dias

 

ANTIMONIATO DE N-METILGLUCAMINA

Apresentação = Frascos com 5mL, contendo 81mg/Sb+5 por mL

Exemplos para cálculo das doses

Adultos com 60 kg:

15 mg Sb+5/kg/dia x 60 = 900mg Sb+5/dia÷81 = 11,1 mL ou aprox. duas ampolas

Crianças com 10kg:

15mg Sb+5/kg/dia x 10 = 150mg Sb+5/dia ÷81=1,8mL ou aproximadamente um terço de ampola

Dose máxima diária:

Adultos: 3 ampolas ou 1.215mg/ Sb+5

Crianças até 12 anos: metade da dose máxima de adultos (uma ampola e meia) Emprega-se o mesmo esquema terapêutico utilizado para o tratamento de adultos.

 


No estado de Goiás em relação à LTA foram confirmados 377 casos em 2007, 408 em 2008, 519 em 2009, 631 em 2010 e 188 casos no 1º semestre de 2011. Os municípios de residência com maiores números de casos: Niquelândia, Minaçu, Mineiros, Baliza, Doverlândia, São Miguel do Araguaia, Rio Verde, São Domingos, Caiapônia, Uruaçu, Aparecida de Goiânia, Jataí e Porangatu.

As digitações devem contemplar apenas casos confirmados no SINAN NET.

 

  • Municípios com casos confirmados de LTA. Goiás, 2007 a 2011

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 Documentos Diversos

 

 

 Notas Técnicas

 

 

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