Raiva

Descrição: A raiva é uma doença infecciosa aguda causada por um vírus, que acomete mamíferos, inclusive o homem. O microrganismo envolvido é o vírus do gênero Lyssavirus, família Rabhdoviridae. O vírus rábico possui aspecto de um projétil e seu genoma é constituído por RNA. Apresenta dois antígenos principais: um de superfície, constituído por uma glicoproteína, responsável pela formação de anticorpos neutralizantes e adsorção vírus-célula, e outro interno, constituído por uma nucleoproteína, que é grupo específico.

Transmissão: A transmissão da raiva se dá pela penetração do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura de mucosas. O vírus penetra no organismo, multiplica-se no ponto de inoculação, atinge o sistema nervoso periférico e, posteriormente, o sistema nervoso central. A partir daí, dissemina-se para vários órgãos e glândulas salivares, onde também se replica e é eliminado pela saliva das pessoas ou animais enfermos. Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos, persistindo durante toda a evolução da doença. A morte do animal acontece, em média, entre 5 a 7 dias após a apresentação dos sintomas. Em relação aos animais silvestres, há poucos estudos sobre o período de transmissibilidade, que pode variar de acordo com a espécie. Por exemplo, especificamente os quirópteros podem albergar o vírus por longo período, sem sintomatologia aparente.

Prevenção: A assistência médica deve ser procurada o mais rápido possível após a agressão. Quanto ao ferimento: deve-se deixar sangrar por pouco tempo; lavar abundantemente com água e sabão e aplicar algum produto anti-séptico. O tratamento profilático deve ser prescrito pelo médico ou enfermeiro, que avaliará o caso indicando a aplicação de vacina e/ou soro. Fornecer informações ao serviço de saúde quanto ao animal: se tem dono, endereço. O tratamento profilático não deve ser interrompido.

Sintomas: Os sintomas indicativos do início desta doença (pródromos) duram de 2 a 4 dias e não são específicos. O paciente apresenta mal estar, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaléia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia. Podem ocorrer hiperestesia (distúrbio neurológico que se dá ao excesso de sensibilidade de um sentido ou órgão a qualquer estímulo) e parestesia (sensações cutâneas subjetivas como formigamento e que são vivenciadas espontaneamente na ausência de estimulação) no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura e alterações de comportamento. A infecção progride, surgindo manifestações de ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados e/ou convulsões. Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorréia intensa. Os espasmos musculares evoluem para paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. O paciente se mantém consciente, com período de alucinações, até a instalação de quadro comatoso e evolução para óbito. Observa-se presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia, fotofobia. O período de evolução após instalados os sinais e sintomas até o óbito, é em geral de 5 a 7 dias.

Tratamento: O tratamento é baseado na indução de coma profundo, uso de antivirais (amantadina) e reposição de enzimas (biopterina).

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