Cuidados paliativos é tema de palestra no HGG

Médico residente luri Matias Schreiner apresenta tema a pacientes e acompanhantes, no Ambulatório de Medicina Avançada da unidade do Governo de Goiás

Médico residente Iuri Schreiner fala sobre cuidados paliativos a pacientes e acompanhantes

O Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi  (HGG) promoveu, este mês, mais uma palestra, dessa vez com o tema Você Sabe o que é Cuidados Paliativos?, ministrada pelo residente de cuidados paliativos luri Matias Schreiner. De acordo com o Ministério da Saúde, entende-se que os cuidados paliativos devam ser oferecidos, no Sistema Único de Saúde (SUS), o mais cedo possível, com o início do tratamento da doença.

Tais cuidados englobam a promoção do alívio da dor (com uso de analgésicos) e de outros sintomas físicos, do sofrimento psicossocial com apoio psicológico, incluindo o cuidado apropriado para familiares e cuidadores na lida com a doença do paciente e o luto. O objetivo é garantir que essa prática seja ofertada aos pacientes desde o diagnóstico da doença até a fase terminal, permitindo mais qualidade de vida aos pacientes, cuja doença não tem cura.

Elisângela Pereira, paciente que aguardava por consulta no Ambulatório Médico Avançado (AMA), participou da conversa e contou sobre o caso do sogro, diagnosticado com câncer, já em estado avançado, na próstata e na bexiga. Posteriormente, a doença avançou para o fígado.

"Eu acho muito importante tratar sobre esse tema dos cuidados paliativos. São cuidados que preparam a família para casos que não tem cura. No caso do meu sogro, ele até chegou a voltar pra casa e passar um espaço de tempo bom, antes do avanço da doença para o fígado. E soubemos aproveitar melhor os últimos dias de vida com ele", contou.

Iuri explica que o tema ainda é pouco difundido em nossa sociedade, até mesmo no meio profissional. A morte ainda é um tema tabu. "Diante de um tema que é tão pouco difundido, até mesmo no meio profissional, imagina para esses pacientes, muitas vezes, vindos do interior do Estado. Então, conscientizar sobre a qualidade de vida e também sobre a 'qualidade de morte', é muito importante", observou.

"A morte ainda é um tema tabu, e não se fala sobre o que seria importante nesse momento e como a pessoa gostaria de estar, com quem ela gostaria de estar. Quais são as suas prioridades, os seus desejos. Isso é algo que precisa ser mais discutido, pois é um momento de despedida, um momento que não deixa ter sofrimento envolvido por uma perda que pode acontecer, mas que irá acontecer de uma forma, ou de outra, para todas as pessoas", orientou.

O residente também reforçou a importância do trabalho que é feito com a família desses pacientes. "A conscientização sobre como a doença pode progredir, ajuda a entender como as coisas podem acontecer. Isso não quer dizer que vá mudar o curso da doença, mas alinhar as expectativas é uma forma de diminuir surpresas e saber como podemos melhor cuidar, pois se a gente sabe o que esperar, a gente pode se preparar para controlar os sintomas e fazer desse momento o mais tranquilo possível. Tanto para o paciente, quanto para os familiares."

Pioneirismo
O HGG foi o primeiro hospital estadual, em Goiás, a implantar uma área exclusiva e estruturada para os cuidados paliativos, inaugurada em 8 de novembro de 2016. A ala conta com uma equipe multidisciplinar, que atua em quatro frentes (físico, social, psicológico e espiritual). Além da ala de internação, os pacientes contam com atendimento ambulatorial, que dá suporte mesmo após a alta hospitalar.

Os cuidados paliativos como parte dos cuidados continuados integrados no âmbito do SUS são destinados a toda pessoa afetada por uma doença que ameace a vida, seja aguda ou crônica. Os cuidados paliativos são tomados a partir do diagnóstico de uma enfermidade, visando a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares.

Por exemplo, um paciente que foi diagnosticado com câncer com metástase em vários lugares do corpo pode receber o cuidado junto à sua família, para que tenha uma condição de conforto até o final da sua vida. Entre os cuidados estão apoio psicológico e medicamentos para aliviar dores que ele tenha. Outras doenças, como neurodegenerativas (Alzheimer, Parkinson), também podem receber o cuidado.

Na perspectiva dos cuidados paliativos, trata-se também da aceitação da morte como um processo natural, não a acelerando, nem a retardando (com uso de equipamentos ou procedimentos), buscando sempre oferecer suporte que permita ao paciente viver o mais autônomo e ativo possível.

Mariana Rodrigues (texto e foto)/Idtech

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