Técnicos da SES participam de curso sobre vigilância do óbito no Paraná

Profissionais da coordenação de Vigilância do Óbito em Goiás participaram de curso sobre a nova padronização do Código Internacional de Doenças (CID) e da Classificação da Causa Básica do Óbito. A capacitação aconteceu em Curitiba entre os dias 4 e 8 de julho.

A coordenadora de Vigilância do Óbito de Goiás, Simone Resende de Carvalho, participou do encontro e palestrou com o tema “Causas mal definidas”. O curso teve a participação de profissionais da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), que já organizaram dez edições da capacitação no Estado. “Esse conhecimento é essencial para a qualificação da informação de óbito e redução da porcentagem de causas mal definidas”, disse Simone.

O curso no Paraná teve como objetivo alinhar as diretrizes sobre o tema naquele Estado às normas definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), reconhecidas pelo Ministério da Saúde (MS) e muito semelhantes à metodologia seguida em outros países.

A classificação e a codificação de doenças servem para compreender o processo que levou o indivíduo à morte e evitar que ela se repita. “Queremos entender cada vez melhor os fatores que levam ao adoecimento de determinada população, em um determinado território e período de tempo e, dessa maneira, ter respaldo para o planejamento de ações voltadas à prevenção e promoção da saúde”, disse Simone, que explica que o curso forma “codificadores”. “Estamos formando profissionais que não apenas transcreverão a declaração de óbito preenchida pelo médico, mas entenderão a importância desses dados e estarão aptos a sensibilizar médicos da sua região sobre a questão”, completou.

Prática

De acordo com a coordenadora de Vigilância do Óbito de Goiás, se feitos adequadamente, os indicadores de mortalidade aliados a outros instrumentos de estatística e probabilidade são ferramentas de grande valia para o planejamento de políticas de saúde. Ela cita o exemplo da utilização dos dados para a definição de públicos-alvo em campanhas de vacinação.

“O critério para escolha da população a ser vacinada é feito com foco nas pessoas que têm uma maior vulnerabilidade e um pior desfecho quando afetadas pela doença em questão. Todos esses subsídios vêm de uma análise epidemiológica dos dados de mortalidade”, exemplifica.

Outro exemplo apresentado é a parada cardiorrespiratória como causa da morte. Para Simone, a apresentação única da parada como o motivo do óbito não é suficiente. O profissional deve detalhar outros agravos do paciente, como diabetes, obesidade ou, até mesmo, tabagismo.

“Com o preenchimento completo das informações da declaração de óbitos pelos médicos, os gestores terão dados concisos para compreender a situação e direcionar recursos financeiros diretamente ao fator desencadeador desse processo”, ressalta.

Segundo participantes, é latente a dificuldade dos médicos em produzir uma boa declaração de óbito. Além das palestras, a proposta é iniciar essa sensibilização desde o ensino universitário, com a inclusão do assunto dentro da grade curricular dos cursos de medicina.

Utilizamos cookies essenciais e tecnológicos semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e Política de Cookies , ao continuar navegando, você concorda com estas condições.